Na lanterna, Brasilândia esboça melhoras

Melhorando –assim mesmo, no gerúndio, deve-se conjugar o verbo que sintetiza a situação da Brasilândia.

Ainda é o pior lugar para se viver na zona norte, na avaliação dos seus moradores –tirou nota 4,8, quando a média da região bateu na nota 5,3.

Mas o povo de lá acha que a vida no pedaço está melhorando.

Em 2008, a nota média do bairro foi 4,1. Deu um salto de 0,7 –foi o que mais subiu

Dos 27 itens que podem ser comparados (já que 8 não constavam na pesquisa Datafolha de 2008), em 17 houve a percepção de melhora.

Destaque para ações destinadas a jovens e idosos, rede de esgoto e iluminação.

No bairro, nascido nos anos 1930, o setor de serviços floresceu. A primeira academia de ginástica será inaugurada neste ano.

As lojas de material de construção exibem ofertas de acabamentos para casas.

BRASA

Bairro que se tornou sinônimo de “periferia” quando a diretora Tata Amaral o escolheu para ambientar seu filme “Antônia” (2006), depois transformado em série de TV,a Brasilândia apareceu ocre nas telas.

Agora,o bairro exibe as cores berrantes dos grafiatos (tintas texturizadas). “Esse é o lado Disneylândia da Brasa”, descreve o artista de rua Leandro Pereira de Lima, 32, que ganha a vida como pintor e grafiteiro. Brasa é apelido da Brasilândia.

O poder público também entrou no bairro. O CEU Jardim Paulistano, com seus 2.200 alunos, instalado ao lado de uma escola técnica para 630 estudantes, abre para a vizinhança suas piscinas dignas de bons clubes privados. Lotam nos finais de semana. O mesmo CEU terá até o fim do ano o seu planetário com arena com capacidade para 185 pessoas.

Uma casa de cultura apareceu na praça onde antes nem árvore havia. Funciona junto de um telecentro. Outro telecentro foi instalado onde era a carceragem do 45º DP, o do bairro.

Mas a grande expectativa de melhoria corre por conta da implantação da linha 6 do metrô, que ligará a Brasilândia à região do bairro da Liberdade, no centro da cidade.

“Foi só aparecerem os técnicos, fazendo perfurações no solo,e o povo já começou a sonhar”, disse Arlinda Gomes, 24,que trabalha como doméstica no Paraíso (zona sul de São Paulo).

A linha mesmo só deverá ficar pronta em 2017.




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